A rinite alérgica é uma doença inflamatória crónica da mucosa nasal. Na origem da rinite alérgica está a exposição a determinados estímulos (alérgenos), aos quais o sistema imunológico reage, ocorrendo inflamação.

Cerca de 22% da população portuguesa tem rinite alérgica.

A rinite alérgica pode ocorrer de maneira sazonal ou durante todo o ano.

Na imagem vemos vários desses possíveis estímulos, no entanto nesta altura do ano é comum muita gente sofrer de rinite alérgica devido ao pólen.

Destacamos abaixo quais os alérgenos mais comuns em relação à altura do ano.

Primavera: pólen de árvores (p. ex., carvalho, olmo, bordo, amieiro, vidoeiro, zimbro, oliveira)

Verão: pólen de gramíneas (p. ex., bermudas, timóteo, pomar, johnson) e pólen de ervas daninhas (p. ex., cardo russo, tanchagem inglesa)

Outono: pólen de outras ervas daninhas (p. ex., ambrósia)

As causas também diferem por região, e a rinite alérgica sazonal é às vezes provocada por esporos (bolor) transportados pelo ar.

Resumindo, os principais alérgenos responsáveis pela rinite são:

-Ácaros do pó da casa;

-Pólenes (cujas concentrações no ar aumentam na primavera);

-Pelos de animais;

-Fungos;

-Poeira.

Sintomas

Os principais sintomas de rinite alérgica são: espirros; comichão nasal persistente; pingo do nariz alternando com o nariz entupido; dificuldade na perceção dos odores e tosse seca

No entanto estes sintomas podem fazer-se acompanhar de prurido ou comichão na garganta, nos ouvidos e olhos.

Em casos mais graves, a rinite alérgica pode associar-se a hemorragias nasais frequentes ou a tosse frequente.

Nas crianças e adolescentes a rinite afeta a qualidade de vida de forma significativa, causando perturbações de sono; despertares frequentes durante a noite devido ao bloqueio nasal intenso e secura da orofaringe.

Como consequência, estes sintomas mais graves e disruptivos podem levar a um maior cansaço no dia-a-dia e uma menor capacidade de aprendizagem.

Diagnóstico

O diagnóstico é maioritariamente feito por análise clínica com base na história, ou seja, observando uma correlação entre altura do ano, ou exposição a um determinado alérgeno de forma frequente com os sintomas tradicionais de rinite alérgica.

Ocasionalmente podem ser feitos testes cutâneos (testes de IgE sérico específicos para alérgenos), quando a resolução dos sintomas não melhoram com o tratamento empírico.

Prevenção:

Evite a exposição aos alérgenos responsáveis.

Ácaros do pó:

-Ventile e areje bem a casa, sobretudo o quarto;

-Evite tapetes, alcatifas, peluches, livros e tudo o que acumule pó;

-Aspire bem o chão e o colchão;

-Lave semanalmente os lençóis a temperaturas elevadas (+60°C).

Pólenes:

-Consultar os boletins polínicos (aplica-se na primavera);

-Evitar atividades ao ar livre quando as concentrações de pólenes forem mais elevadas;

-Usar óculos de sol ao ar livre.

Solução de lavagem nasal: Ora se a rinite alérgica é causada por alérgenos, e estes ficam retidos nas nossas fossas nasais, a lavagem nasal torna-se fundamental na sua eliminação. Existem várias soluções de diversas apresentações e marcas, no entanto a nossa recomendação vai para soluções de lavagem hipertónicas. Estas soluções apresentam um poder de lavagem maior, uma vez que devido à sua hipertonia não só “arrastam” como as soluções hipotónicas, mas também “atraem” o conteúdo das fossas nasais.

Tratamento

O tratamento da rinite alérgica consiste em várias frentes:

Tratamento farmacológico:

O tratamento consiste na associação de vários produtos. Para facilitar abordaremos cada 1 individualmente.

Spray corticóide: como bem se lembra, começamos por definir a rinite alérgica como “doença inflamatória crónica da mucosa nasal”, então nada melhor que um spray corticóide com o seu conhecido efeito anti-inflamatório. Não vai resolver no imediato mas ajuda a controlar no médio e longo prazo (especialmente na rinite sazonal, os sintomas tendem a persistir durante a estação toda, por exemplo durante a primavera toda).

Anti-histamínico (anti-alérgico): A rinite alérgica vai desencadear no nosso corpo uma série de reacções imunológicas mediadas pela Histamina. Então, histamina, anti-histamínico, já estão a ver a ligação? Estes medicamentos vão diminuir as secreções (pingo), comichões (prurido), lacrimejar dos olhos e espirros. Bastante completo diria!

Já existem vários anti-histamínicos disponíveis não sujeitos a receita médica

Gotas oftálmicas: O lacrimejar, a comichão e a vermelhidão dos olhos, são sintomas comuns e bastante incomodativos. Apesar do anti-histamínico também atuar sobre estes sintomas, às vezes precisamos de um extra e é aqui onde entram as gotas oftálmicas. Estas vão atuar localmente nos olhos, produzindo um efeito rápido aliviando estes sintomas mais incomodativos.

Relembramos que deve lavar as mãos antes da aplicação para garantir que não cai no olho nenhuma poeira ou “lixo” retido nas mesmas.

No caso das crianças o tratamento é semelhante, deixamos abaixo os produtos equivalentes passíveis de serem administrados a crianças.

 

Nota: Anti-histamínicos para crianças são sujeitos a receita médica.